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sábado, 22 de novembro de 2014

DEPRESSÃO EM PROSA E VERSO Nº5

              Já participei de entidades sociais e filantrópicas que desenvolvem atividades durante o ano, em datas festivas, comemorativas.
            Visitamos instituições que abrigam idosos, assim como fomos a hospitais, escolas públicas. No caso em questão o que desejo relatar é a situação dos idosos nestas casas abrigos que visitamos. Elas são de diferentes tipos considerando o poder aquisitivo das famílias que colocam os idosos nestes locais.
            Observar idosos bem instalados, em quartos individuais, com boa alimentação, higiene, com atividades diversificadas é muito satisfatório, porém o mais relevante de tudo isso é a presença da família junto a eles.
             Há casos de pessoas que os colocam lá por não terem espaço, por não poderem cuidar deles por trabalhar o dia inteiro e acreditar que ali é o lugar onde serão bem cuidados, terão acompanhamento durante o tempo integral. As intenções são relevantes. E aqueles que acreditam nisso e amam os seus idosos os visitam regularmente, com eles convivem, passeiam e mantém fortes vínculos. Estes laços são importantes para a qualidade de vida do idoso e para sua saúde mental.
              O que não podemos ignorar é que, em contrapartida, existem outros casos, e não são poucos, de pessoas que colocam as pessoas em locais que mais parece depósito de idosos, por não terem bom relacionamento afetivo com eles, por não os amarem o suficiente para despenderem o tempo necessário que eles necessitam. Esquecem coisas básicas como gratidão, amor, troca, esquecendo de tudo de bom que podem receber com a troca afetiva realizada com estas pessoas.
                Já ouvi relatos de pessoas que foram largadas nos asilos e cuja família desapareceu, nunca mais os procurou e por mais que a instituição os procure é tudo em vão.
                Estas pessoas são carentes de afeto, de carinho familiar, vivências que gratificam e lhes mostre o quanto são amados.
                Ao entrarmos em contato eles parecem implorar atenção, carinho, quando ainda interagem com as visitas de forma natural.  Parecem pedir, segure minha mão, faça um carinho, me dê um abraço bem apertado.
                 Conversei com pessoas lúcidas, inteligentes, que tinham necessidade de conversar, falar de si. Foi muito gratificante este momento reforçando fortemente minha convicção pessoal de que lugar de idoso é com a família, convivendo com respeito, com zelo, carinho.
                   Há outros que a tristeza já se alojou de maneira definitiva passando a deixá-los em apatia profunda, desligados de tudo e de todos, vivendo como autômatos, sem prazer e sem alegria. Na realidade, tornaram-se pessoas depressivas por não terem laços fortes com aqueles que os circundam, por não terem familiares, filhos, netos, parentes outros que lhes passe a sensação de valor, de serem importantes para alguém. Vivem como ilhas isoladas.
                  É comum a depressão instalar-se por estes fatores, abandono, falta de amor, isolamento. Para reverter, seria necessário tratamento terapêutico, medicamentoso, atenção e amor.

                                           Isabel C S Vargas
                                           Pelotas-RS-Brasil
                  


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